Audio da mente

terça-feira

Einstein e o Argumento para a existência de Deus



Albert Einstein e Deus.
Muito se ouve falar sobre a suposta religiosidade de A. Einstein, principalmente com estórias como a famosa discussão entre o cientista ainda jovem com seu suposto professor ateu, bem como sua frase mais mal empregada: “A religião sem ciência é cega e a ciência sem religião é manca.”
O Primeiro tópico não irei abordar, vou deixar um vídeo do meu amigo Daniel que o explica muito bem:

O segundo tópico, sobre a citação, é bem simples de se entender. A concepção de religiosidade de Einstein não é a mesma usada no senso comum. Ele não possui a visão de um Deus pessoal dotado de consciência e autonomia, Deus seria o próprio universo e tudo que está contido nele. A visão que aparentemente Albert Einstein possuía da religião era em um sentido restrito de “religação” com a natureza do universo. E podemos ver claramente isso nesses trechos de sua autobiografia:
“A mais bela experiência que podemos ter é a mística. Ela é a emoção fundamental que se acha no berço da verdadeira arte e da verdadeira ciência. Quem não sabe disso e já não consegue surpreender-se, já não sabe maravilhar-se, está praticamente morto e tem os olhos embotados. Foi a experiência do mistério – ainda que mesclada com a do medo – que gerou a religião. Saber da existência de algo em que não podemos penetrar, perceber uma razão mais profunda e a mais radiante beleza, que só nos são acessíveis à mente em suas formas mais primitivas, esse saber e essa emoção constituem a verdadeira religiosidade; nesse sentido, e apenas nele, sou um homem profundamente religioso.”
E mais:
 ”Nós, seguidores de Espinosa, vemos nosso Deus na maravilhosa ordem e submissão às leis de tudo o que existe, e também na alma disso, tal como se revela nos seres humanos e nos animais. Saber se a crença em um Deus pessoal deve ser contestada é outra questão. Freud endossou essa visão em seu livro mais recente. Pessoalmente, eu nunca empreenderia tal tarefa, pois essa crença me parece preferível à falta de qualquer visão transcendental da vida. Pergunto-me se algum dia se poderá entregar à maioria da humanidade, com sucesso, um meio mais sublime de satisfazer suas necessidades metafísicas.”

“Não consigo conceber um Deus que premie e castigue suas criaturas, ou que tenha uma vontade semelhante à que experimentamos em nós.”  
Mesmo se Einstein acreditasse no Deus judaico cristão ou qualquer outro Deus, usar isso como argumentação caracteriza uma falácia chamada de Argumentum ad verecundiam que é o apelo à autoridade, como se todo pensamento de uma pessoa fosse uma verdade e a mesma não fosse passiva de erros.

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