Audio da mente

quarta-feira

O QUE DEUS ESPERA DE NÓS


Quando Jesus declara: “Não creais que eu tenha vindo trazer a paz, mas, sim, a divisão”, seu pensamento era este: “Não creais que a minha doutrina se estabeleça pacificamente; ela trará lutas sangrentas, tendo por pretexto o meu nome, porque os homens não me terão compreendido, ou não me terão querido compreender. Os irmãos, separados pelas suas respectivas crenças, desembainharão a espada um contra o outro e a divisão reinará no seio de uma mesma família, cujos membros não partilhem da mesma crença. Vim lançar fogo à Terra para expungi-la dos erros e dos preconceitos, do mesmo modo que se põe fogo a um campo para destruir nele as ervas más, e tenho pressa de que o fogo se acenda para que a depuração seja mais rápida, visto que do conflito sairá triunfante a verdade. A guerra sucederá a paz; ao ódio dos partidos, a fraternidade universal; às trevas do fanatismo, a luz da fé esclarecida. Então, quando o campo estiver preparado, eu vos enviarei o Consolador, o Espírito de Consolador, que virá restabelecer todas as coisas, isto é, que, dando a conhecer o sentido verdadeiro das minhas palavras, que os homens mais esclarecidos poderão enfim compreender, porá termo à luta fratricida que desune os filhos do mesmo Deus. Cansados, afinal, de um combate sem resultado, que consigo traz unicamente a desolação e a perturbação até ao seio das famílias, reconhecerão os homens onde estão seus verdadeiros interesses, com relação a este mundo e ao outro.
Verão de que lado estão os amigos e os inimigos da tranqüilidade deles. Todos então se porão sob a mesma bandeira: a da caridade, e as coisas serão restabelecidas na Terra, de acordo com a verdade e os princípios que vos tenho ensinado.”
Nesta sessão iremos falar do sentido religioso, da religião ou religiosidade.Já vimos que a religião, no plano da Terra, é constituída de dois aspectos: o aspecto humano e o aspecto divino.
O aspecto humano é a forma com o qual o homem entende a religião. É sua cultura, sua forma de viver, é o entendimento do que ele tem do aspecto divino da religião. Diante do exposto, lógico perceber que há uma diversidade muito grande de religiões, porque há uma grande diversidade de entendimento entre os homens.
O aspecto divino é a grande Lei da Vida, é a vontade de Deus, a harmonia universal, leis imutáveis que regem nossos destinos. De tempos em tempos, nascem seres com a missão de melhorar o entendimento humano para essa grande Lei da Vida, são aqueles que orientam as grandes massas humanas, direcionam seus pensamentos e tornam-se seus líderes espirituais.
Todos ouvimos dizer que somos (em Espírito) a imagem e semelhança de Deus. Mas nem todos os homens são iguais! Podemos ilustrar essa condição da seguinte forma: sendo um espelho, uns estão mais sujos que outros. Os espelhos mais sujos, são os homens com o entendimento mais material, mais egoísta e orgulhoso, nestes espelhos, a luz divina não reflete seu brilho em sua totalidade. Já os espelhos mais limpos, que são os homens com o entendimento mais espiritual, mais altruísta e humilde, conseguem refletir o brilho de Deus em sua totalidade.
Tomemos um grande exemplo: vejam que esses homens, em sua maioria, não fundaram religiões, todos falavam, ensinavam, demonstravam a Lei de Deus. Suas vidas foram dedicadas ao esclarecimento divino do amor universal. Poucos escreveram, a maioria realizou. Após suas mortes, o homem, por falta de condições de entendimento espiritual, formaram seitas com seus ensinamentos, fizeram a idolatria, reduzindo a luz de Deus e, muitas vezes, deturpando totalmente seus ensinamentos em nome da dominação. É só olharmos os espetáculos de pura crueldade, que em nome da religião, a história e a atualidade nos apresenta.
Nosso convite é deixarmos o aspecto humano da religião de lado.
Por princípio, toda a religião é boa se fizer seu adepto melhorar sua condição moral, fazendo com que ele se torne uma pessoa boa.As religiões brigam porque uma acredita que Jesus é Deus encarnado, a outra discorda completamente disso. Uma acredita que Maria era Virgem do corpo, a outra diz que esse sentido era espiritual.Uma diz que Jesus tinha um corpo que não era carne.Uma briga porque diz que seus adeptos têm que se vestir de uma forma, a outra porque não admite certos alimentos. E por fim, não se preocupam com o que é mais importante. Vivem em disputas infrutíferas.
Se observarmos, veremos que os grandes seres, que nasceram para nos instruir, sempre falaram de um estado espiritual, de uma vida espiritual de solidariedade, de fraternidade, eles nunca disseram que nos planos elevados da vida existe divisão religiosa. Isso porque só há uma religião, uma religiosidade, que é a Lei de Deus, que Jesus sintetizou de forma magnífica: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo".
Se você tem uma cultura religiosa de adoração a imagens, que adore sua imagem! O que importa isso? O importante é saber que se você adorar sua imagem e não fizer a caridade, a solidariedade, a fraternidade, ajudar o próximo, não estará fazendo nada de bom, estará jogando seu tempo fora. Então adore sua imagem, mas cumpra seu dever dentro da Lei de Deus.
Se sua religião diz que você não pode comer certo tipo de alimento, muito bem, não coma. Mas saiba que não é o que entra pela boca do homem que macula o homem, e sim o que sai da boca. Porque o que sai da boca do homem é o que ele tem no coração. E é o que ele tem no coração que lhe dará elevação espiritual. Pra que discutir sobre o que você come? Pra que as religiões brigarem por isso? Não perca tempo com discussões vãs, respeite a religião que você abraçou e seja um homem bom.
Enfim, poderíamos escrever páginas e páginas sobre o que é humano na religião. Mas escreveremos o que é mais importante, escreveremos sobre o que é divino.
Um excelente exemplo da interpretação dos homens colocaremos agora: deixamos aqui a magnífica demonstração da Lei de Deus entregue pelo Mestre Jesus, o Sermão da Montanha. Nele, o Mestre, com palavras simples, falando para um povo rude, demonstra a lógica da Lei Divina. Demonstra o que, em verdade, devemos dar atenção.
Colocamos duas interpretações, a de Mateus e a de Lucas. Notamos que em Mateus, um publicano, um homem culto e que viveu diretamente com o Mestre Jesus, retira das palavras do Mestre sua essência espiritual. Notaremos como Mateus coloca as palavras com um sentido mais elevado, que nos deixa em estado de enlevo. Exemplo:
Mateus: Bem-Aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.Lucas: Bem-Aventurados os pobres, porque vosso é o reino de Deus.
O primeiro associa nossa elevação a um estado de espírito elevado pela virtude. O outro, se fizermos simples leitura, associa nossa elevação a simples condição financeira. O que demonstra tremenda injustiça divina, coisa que é impossível.
Por esse motivo, ouvimos pessoas dizerem que não procuram a leitura do Evangelho por haver muito erro (manipulação) da tradução realizada.Felizmente para nós, há um caminho claro. Precisamos associar todas as informações, todas as palavras, com os atributos divinos de toda perfeição e justiça de Deus. Neste caso, é só acrescentarmos a palavra espírito a palavra pobre que teremos um sentido espiritual e consonante com a Lei Divina. Poderíamos ler assim:
Bem-aventurados os pobres de espírito (da maldade, da avareza, do egoísmo, do orgulho, etc..., que são os humildes) que deles é o reino dos céus.
Apreciem as palavras ditas pelo Mestre Jesus. Vejam o que verdadeiramente temos que dar atenção.Lembrem-se: toda religião é divina, nela você encontra tudo o que você precisa saber para se elevar. Procure nos textos que norteiam sua religião, nas palavras dos seus iniciadores, o sentido da vida deles, que você achará o caminho de "volta pra casa". Não perca tempo com vãs discussões e vãos comentários.
Todos estamos cansados de guerras, lutas, discussões. Precisamos fazer o que Deus espera de nós.

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